A chegada dos portugueses e da catequese favorece o contato com a arte barroca européia. A pintura jesuítica se inicia em 1587, por pintores jesuítas e beneditinos encarregados de adornar as igrejas. Foi entre estes, os franciscanos e demais ordens religiosas que se formou ambiente favorável à criação artística no Brasil. A influência destas ordens e da Igreja estendeu-se a todos os aspectos da vida colonial. Nas localidades mais pobres, onde não havia mão-de-obra especializada, os padres da Companhia de Jesus encontram diversas soluções de acordo com o material disponível. A influência maneirista é interpretada e simplificada livremente pelos executantes, geralmente mamelucos. Esta influência é evidente, sobretudo nos interiores, nas decorações dos púlpitos e dos altares, nas ingênuas pinturas de forro. Essa tendência cabloca, de livre adaptação de modelos europeus, se mantém até hoje nas regiões de fronteiras de desenvolvimento, onde a arquitetura religiosa se caracteriza se caracteriza por semelhanças formais, principalmente por detalhes acaboclados, de mistura.
Com a invasão holandesa, em 1637 chegam artistas que documentam a fauna, a flora e as paisagens brasileiras. Puderam ousar temas de caráter não religioso. Esses 24 anos do governo de Nassau foram particularmente ricos para a arte e a cultura no Brasil.
No Brasil seiscentista, a atividade pictórica, com exceção, naturalmente dos pintores de Nassau, desenvolveu-se à sombra das igrejas e conventos; portanto quer fosse obra de religiosos ou leigos, os temas eram sagrados.
Transferido da Península Ibérica para os trópicos, o Barroco popularizou-se, enriqueceu-se de mitologias naturalistas, não descartou as simbologias pagãs inseridas na liturgia católica, deu testemunhos de um ardor que a nova terra exigia dos recém-chegados. Tudo isto contribuiu para dividir as opiniões dos estudiosos.
O barroco brasileiro se desenvolve principalmente em Minas Gerais, devido ao ciclo do ouro no século XVIII. Devido a isso, todos queriam ir para lá fazer fortuna. Até os padres foram impedidos de permanecer lá sem paróquia ou ofício. Então, muitos se reuniram em confrarias e irmandades e construíram igrejas e capelas. Por coincidir com o despertar da consciência nacional, o barroco foi a primeira possibilidade de expressão artística, contando com o apoio de protetores das artes, que eram no caso, estas confrarias, paróquias e agremiações religiosas.
No nordeste, as antigas fortunas, armazenadas a partir da cana de açúcar, também permitiram a edificação de belos templos, dentro do estilo barroco. Na Bahia, produziu - se arte notável, mantida ainda pelo açúcar, a riqueza acumulada promoveu processo de renovação artística, que havia sido deflagrada pela euforia da reconquista.
A concentração de riqueza acentuou as diferenças religiosas num território tão extenso, fazendo surgir manifestações artísticas distintas em cada porção do país.
Uma primeira manifestação artística realmente nacional aparece nos retábulos para as igrejas mais modestas do interior. Realizados em madeira talhadas e pintadas por artesãos indígenas, geralmente mamelucos, são interpretações livres dos modelos originários de Portugal.
Os artistas deste período usavam materiais tipicamente brasileiros (madeira, pedra sabão), havia a tendência a aproveitar como elementos decorativos, motivos tirados da fauna e flora brasileira, com recursos técnicos limitados, fundando assim uma arte nacional.
No Brasil, o barroco caracteriza todos os aspectos da vida social, da intensa miscigenação entre as raças até os moldes adotados pela criatividade popular.
AVENTURA MARÍTIMA
O barroco Europeu se instalou na América latina em função do processo de expansão Colonial e na necessidade de conquistar novos espaços para a igreja contra-reformista. Esta evolução do Barroco se deu, sobretudo em Minas Gerais com Aleijadinho e Ataíde.
O nosso Barroco latino teve como modelos não só os Ibéricos e Italianos, mas países da América Central e Sul, com a arte Flamenca, Alemã e na Europa Central. Contudo, existem várias discrepâncias sobre as teorias de barroco na América Latina, inclusive o Brasil.
Segundo o Ítalo Venezuelano Graziano Gasparini, não pertencem à América a existência de uma arquitetura Hispano-Americana. Ele ressalta apenas, obras barroca americanas dando devida atenção a obras de Aleijadinho, classificando nossa arquitetura colonial num aspecto decorativo. Para o autor Germain Bazin, o intercâmbio entre decoração e arquitetura é forte e impossível de separá-los.
Partindo para o século XVII, daremos importância à mão de obra da época. Os mestiços ou indígenas da América Central e Andes e os negros e mulatos do Brasil, eram requisitados para trabalharem na feitura de imagens e ornamentações interna e externa. Esses povos utilizavam materiais regionais, tal como pedra sabão originária do Brasil.
Os Artistas buscavam em suas pinturas modelos bíblicos readaptados à cultura local.Exemplo disso é a capela Franciscana de Ouro Preto de Ataíde.
A verdadeira raiz da arte brasileira é o barroco não podendo ser definida como bastarda, vista nas primeiras décadas deste século.
As pinturas no Brasil, segundo Lúcio Costa da Silva, dão-se em dois tipos: os medalhões emoldurados no teto descrevendo os mistérios da Igreja e nas paredes, próximas ao chão, em frisas, a pintura hagiográfica narrando fatos dos personagens da igreja.
No Brasil, Lourival Gomes Machado lembra o barroco litorâneo, vindo das regiões de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.
Na Bahia, se destaca José Joaquim da Rocha, com a pintura da nave da igreja da Conceição da Praia e fundador da "Escola Bahiana". Mas o grande filão artístico brasileiro se dá em Minas Gerais, onde existe a mais forte, farta e bela arte. Decorações em igrejas e capelas, de arraiais e vilas de Minas Gerais surge em meados do séc XVIII. Seriam estes, tetos pintados em caixotão com símbolos ou cenas isoladas, cercadas com ouro e cores. Exemplo é a matriz de Tiradentes. Também mais à frente, pinturas em “grotesco’, como o teto da matriz Cachoeira do Campo-Ouro Preto, Capela da soledade de Sabara e a Matriz de Tiradentes”.
Também outro estilo, "Chinesices", que eram painéis pintados a ouro sobre fundos verdes e vermelhos, lembrando porcelanas. Vemos isso na Capela de Nossa Senhora do Ó, em Sabará e o púlpito da igreja de Santana do Arraial de Cocais.
Mas a característica da pintura barroca - rococó de Minas Gerais se dá com os forros em perspectiva. Sendo a primeira igreja documentada é a Capela Mor da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré de Cachoeira do Campo, feita por Antonio Rodrigues Belo, mostrando um céu aberto e dentro de um círculo de nuvens e anjos, a Virgem coroada pela Santíssima Trindade. Além dessa, temos a igreja de Santa Efigênia de Ouro Preto de Manoel José Rebelo e Sousa e a Capela Padre Faria, do mesmo autor.
Em perspectiva, ainda temos na região de Diamantina, outro forro de nave: A igreja Carmelita de Diamantina.
Já em meados de 1773/74 entramos na fase do gosto rococó, onde os concheados vão tomando forma, restando o muro, parapeito das laterais e a visão central do Santo. Exemplo dessa fase é o Santuário do Bom Jesus de Matosinho de Congonhas feita por João N. Correia e Castro.
Já em ouro Preto e Mariana o gosto fino do rococó entra por volta do séc XIX tendo como característica o colorido vivo dos azuis e vermelhos, diluído em concheados, flores e anjos.
Enfatizamos aí, obras de Ataíde da capela Mor imitando azulejos, criando espaços dinâmicos, coloridos e luminosos como as matrizes de Santa Bárbara e Itaverava.
Ataíde não só pintou tetos, como retábulos, quadros em forros, pintura de cavalete, santos diversos e quadros de via sacra. Citaremos também, alguns pintores que atuaram no princípio do século XIX, como é o caso de Joaquim Gonçalves da Rocha, Silvestre de Almeida Lopes, Venâncio do espírito Santo e Manoel Victor de Jesus.
Finalizando, exemplos de pinturas religiosas existem em Minas Gerais, cujas representações podem ser nas formas primitivas, populares e profanas.
2 comentários:
Adorei o seu blog! Aborda no mesmo contexto que o meu, dê uma olhadinha no meu quando puder...
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Muita arte e tudo de bom!
muito legal
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